sábado, 22 de outubro de 2011

NAS ASAS DO DESTINO...

*Por Edgar


Em mais um tiro-curto para testar os equipamentos, ocorreu um fato que faço questão de publicar aqui. 

Retornando de Anápolis (BR-153), percebi estar sendo acompanhado por outro motociclista. Chegando em Terezópolis, parei para trocar a luva e percebi que ele havia parado abastecimento de sua Yamaha DT-180. Logo começamos a conversar (com toda essa facilidade de fazer amigos que as motocicletas nos proporcionam), trocar idéias sobre os trajes de chuva e viagens. Foi quando o Ronaldo me deu uma triste notícia: o falecimento de seu pai (também Ronaldo) no dia anterior, após ter ficado 5 meses na UTI do HFA em Brasília. Ele havia se acidentado quando empreendia uma viagem à noite em sua Yamaha XT-660, ocasião em que foi surpreendido por um cavalo na pista, não podendo evitar o choque.

Muito angustiado, Ronaldo filho dizia que além de pai, havia perdido um grande companheiro de estrada. Seu pai era exímio paraquedista, e seu desejo era de ser cremado, com suas cinzas sendo lançadas ao mar. Este desejo será realizado no final do ano, quando Ronaldo seguira em moto-viagem par o litoral em destino a ser determinado, tudo de uma forma que certamente agradaria seu amado.

Após me despedir dele, retomei meu passeio pensativo sobre esta e tantas outras histórias de companheiros motociclistas que já perderam sua vida em decorrência deste grande prazer de pilotar motos. Há alguns anos perdemos um grande amigo que nos acompanhou nas nossas primeiras moto-viagens, quando ainda tínhamos 18 anos. O Rogério se acidentou em sua Yamaha TDM 225 no trânsito de Goiânia, vindo a falecer dias depois. Foi uma perda inestimável! Mais recentemente, o grande Viajante Solitário (www.viajantesolitario.com.br) Eldinei Viana perdeu a vida em um acidente no município de Pato Branco-PR, quando pilotava sua BMW GS 1200 Adv. Eldinei era um amigo virtual (não o conhecemos pessoalmente), mas sentimos o peso dessa perda contabilizada na conta do moto-turismo brasileiro.

Os três motociclistas citados sem dúvida eram experientes e mesmo assim tiveram suas vidas ceifadas em eventualidades acontecidas no momento em que estavam fazendo algo que realmente gostavam, e que não puderam ser evitadas.

Fatalidades e acidentes acontecem, não quero desanimar ninguém a andar de motocicleta (confesso que as vezes fico um pouco, ainda mais depois de notícias de acidentes fatais), porém devemos fazer com muito respeito para diminuir a probabilidade, a fim de que não venhamos a causar dor e sofrimento a terceiros ou a nós mesmos. Com certeza quem anda pelos sites e fóruns de motociclismo já viu a frase: "Pra quem não gosta de andar de moto nem mil palavras explicam, pra quem gosta nem é preciso dizer nada..." 

Aos que mencionei, deixo minha singela homenagem neste post.