Passeio: Glaciar Perito Moreno
Destino: El Chaltén-ARG
Distância percorrida no dia: 355km
Distância percorrida total: 6745km
Melhor do que simplesmente fazer esta viagem é saber que vocês estão acompanhando e mandando comentários e incentivos preciosos. Satisfacción!
No decêndio de nossa viagem de moto por parte da América do Sul, fizemos um passeio que já nos deixaria saciados por esta empreitada que resolvemos encarar, não fosse o desejo de, pelo resto de nossas vidas, olhar para qualquer mapa-mundi e dizer: "já estive nesta pontinha do mais extremo sul... e fui rodando de casa até lá!".
Com o dia tranquilo para passear e percorrer poucos quilômetros até nosso objetivo do dia, acordamos em El Calafate por volta das 9:00h. Aproveitei para fazer o relato de ontem e deixar num pen-drive para xupetar na primeira lan-house que encontrasse.
O sul da Argentina está enfrentando um quase racionamento de combustíveis. Por isso, os postos estão trabalhando apenas com uma ou duas bombas de nafta. Sempre tem fila. E gastamos quase meia hora no abastecimento. O ideal seria ter abastecido ontem, mas chegamos tarde e exaustos (tá bom, vai: com fome!!!). No posto, encontramos com dois belgas que estão viajando como nosotros (um deles com a jaqueta igual à do Edgar, Revit).
Apenas um café quente na fila e rumamos para o Glaciar Perito Moreno, distante 70km do centro de El Calafate. Vou me abster de explicar o que é um glaciar, limitando-me a dizer: é lindo, lindo e lindo!! A Wikipedia vai te dizer melhor que eu.
A geleira está localizada em um parque, no Lago Argentino, e para entrar foi cobrado o valor de 70 Pesos por persona. A concessionária que administra o parque, Hielo y Aventura (www.hieloyaventura.com), oferece duas opções de atividades:
- o passeio de barco pelo lago, denominado Safári Náutico, que dura 1 hora, o qual desfrutamos pelo valor adicional de 70 Pesos cada;
- a caminhada sobre a geleira, denominada Trekking, nos formatos Big (4 horas) e Mini (1:40 hora), mas que demanda reserva antecipada e só está disponível para daqui dois dias. Não podemos esperar.
Deus sabe o quanto apreciei imagens desta maravilha da natureza na internet, e agora me foi concedido ter meu próprio descanso de tela. Que privilégio valiosíssimo!! Tiramos muitas fotos.
Concluído o passeio, tomamos a estrada para o objetivo do dia, El Chaltén-AR, mas para ir do glaciar até lá, é necessário passar novamente no centro de El Calafate. A estrada deste trecho é impressionantemente bela.
Tanques cheios novamente (pois sabe-se lá onde teria outro posto) e tomamos a mítica, a lendária Ruta 40. Esta estrada é um emblema muito significativo para o povo argentino, e por vezes me achei quase indigno de viajar por ela. Não sei explicar muito bem o que é isto, mas o fato é que NÓS RODAMOS PELA RUTA 40, amigo, e isto ninguém nos tira. Se você não está entendendo, tente recordar como os Norte-americanos tratavam a tal Route 66. Se ainda não entendeu, é porque definitivamente você não é do ramo... rsrss
Aventureiros do mundo inteiro transitam por esta rodovia, cuja grande parte ainda está sem pavimento. Os poucos trechos que rodamos está com um asfalto invejável.
Diversos miradores (mirantes) estão às margens da carretera, a maioria para observação do Lago Viedma. Eu não entendo como as águas destes lagos argentinos podem ser tão claras.
Na maioria do trajeto o vento estava calmo, mas foi aqui que pegamos os 10km de ventos mais severos desta expedição, saindo da Ruta 40 e tomando a Ruta 23. Quando fui armar minhas malas nesta manhã, resolvi coloca-las uma ao lado da outra (ao invés de uma sobre a outra) e isto melhorou bastante a aerodinamica da minha moto. Ainda assim, penei muito neste pequeno trecho, em que precisei diminuir a velocidade para até 40km/h. Devemos seguir o conselho dos mais experientes e mudar o horário destes trajetos (obrigado!).
Desde longe, o majestoso e imponente Cerro Fitz Roy nos dava boas vindas. Ouvi um papo de que esta cidade tem menos de 500 habitantes, e realmente ela é micro. Está fincada entre 4 paredões rochosos, tudo muito impressionante. Entretanto, o grande movimento na cidade é de turistas; muitos mesmo! Aqui é a capital mundial do trekking, e tem gente de toda parte do mundo andando por estas bandas. O Edgar tem uma amiga que veio aqui certo dia para fazer escalada e resolveu ficar 4 meses! O Edgar foi lá conhecer a D. Ana, ex-patroa de sua amiga.
A pessoa que nos atendeu no restaurante onde jantamos aqui em Chaltén também disse que está de passagem pela cidade. É de Buenos Aires e está percorrendo a Ruta 40 há algum tempo, caminhando, pedindo carona, etc. Disse que quer fazer isto antes de formar família. E para cada rosto que se olha nesta cidade, têm-se a certeza de que ali está um aventureiro vivendo a vida à sua maneira, com coragem e determinação para fazer aquilo que muitos gostariam.
Também é aqui, na montanha Fitz Roy, que está o corpo do alpinista brasileiro Bernardo Collares. Para entender, pesquise.
Estamos hospedados na Hosteria La Casa de Piedra (www.elchalten.com/laspiedras), onde fomos recebidos pelo Sr. Elvio e Sra. Carina. Mais cuidadosos e simpáticos, impossível!
Amanhã devemos entrar no Chile. Em breve, notícias.
Hasta luego!!
